quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Drama no gelo

Quem já conviveu comigo sabe que às vezes eu posso ser  um pouco (ou muito) dramática, então já vou logo avisando para aqueles que não me conhecem que todo o meu drama é 70% baseado na realidade.

Está rolando até dia 09 de outubro uma exposição com esculturas de gelo em um cassino daqui de Macau. Fiquei sabendo por uns amigos, me encantei pelas fotos que vi e fui pesquisar na internet, onde acabei descobrindo coisas essenciais: lá dentro a temperatura é de -15 graus e eles dão jaquetas na entrada. 

Chamei um amigo brasileiro para ir comigo e ele topou na hora.

A entrada custa 100MOP (cerca de R$23,00) e você tem direito a jaqueta. Antes de entrar nessa porta eles te dão uma jaqueta e tem como alugar bota, luvas e etc. Eu que já sabia que ia fazer frio, levei um cachecol, fui de calça jeans e tênis. Tudo indicava que a exposição era muito grande, eles até deram mapas pra gente, e a estrutura é quase perfeita.


Depois da entrada, tem um corredor (foto abaixo) que já vai te preparando para o choque térmico. Eu e o Thales (dois manés) achamos que já tinha começado o frio e falávamos: "esse é o -15 graus? que coisa falsa!". Claro que a gente tava errado.


A exposição é divida em salas escuras onde as esculturas estão separadas por tema.
A primeira sala tinha um barco chinês gigante e as ruínas de São Paulo (ponto turístico mais famoso de Macau).





Fiquei muito empolgada quando entrei nessa sala. Em 3 segundos já deu pra sentir como tava frio, mas tava tão feliz por estar num lugar tão diferente, inusitado e surreal que eu parecia uma criança.



O Thales também ficou super empolgado e foi mais criança que eu.





Depois de entrar pela porta da ruína de São Paulo, vem uma sala com um templo ENORME. A parte que faz tipo a varandinha do templo era linda e tava vontade de levar pra casa.





Claro que eu ignorei a place de não encostar nas coisas e fui metendo a mão em tudo! Mais pra frente eu fui entender porque não se deve tocar nas esculturas.


Essa estátua foi a que mais me encantou. Além da forma, as cores eram lindas. Eles usam luzes para criar efeitos e cores diferentes, o que faz tudo ficar mais bonito. O único problema é que  essa estátua tava meio descontextualizada, numa sala cheia de coisas chinesas aleatórias.




Nessa hora eu me senti num desenho animado! Parecia um lugar encantado, só faltou uma musiquinha disney no fundo. Além de coelhos e cisneis, haviam ursos polares (claro) e pandas.


Claro que eu não resisti. (olha a cara de felicidade da pessoa!)



Esse túnel de gelo é incrível também, mas a ideia de passar por baixo dele e parar pra tirar foto me fez sentir mais frio do que eu já tava sentindo.




Cena disney também. As estrelas do fundo piscavam, ainda por cima.


Aí chegou a parte de dar a volta ao mundo sem sair do lugar.



Só que ao entrar pelo Coliseu a empolgação já tinha passado e eu vi minha mão roxa com as unhas escuras. Passei a câmera pro Thales e fui tentar me aquecer um pouco, na esperança de sentir minha mão de novo.


Agora é que começa o drama:




Se vocês prestarem atenção, no final do vídeo eu já tava correndo. Passamos por uma sala que tinha um carrossel mas eu nem parei pra ver que que tinha e passei direto, chegando em uma sala que tinha um castelo com um escorregador!! A vontade de descer naquele treco era muita, mas eu já não consegui andar direito e meu último ato consciente foi gravar o Thales descendo:


Gente, depois que a gente parou de rir eu comecei a ficar tonta, com a respiração fraca, suando frio e vendo tudo embaçado. Eu já tinha dado minha mão por perdida (eu quase chorei de medo de perder os dedos, juro). Sai correndo, passando por uma sala onde eu acho que tinham uns dinossauros de gelo e cheguei num bar, que também era de gelo. Me joguei no chão do bar na esperança de tomar um chá e voltar ao normal, mas lá só tinha bebida alcoólica e o copo também era de gelo.

Até esse momento o Thales achou que eu tava fazendo drama, que eu não podia estar sentindo tanto frio. Quando ele viu meu lábio roxo, ele me levantou do chão e achou uma saída, só que eu já tava sem conseguir falar direito.  Saimos da galeria gelada direto para um galpão gigante, me joguei em uma poltrona e fiquei uns 15 minutos tentando me recuperar. Enquanto isso ele foi gentilmente comprar um chá, mas eu tava tão congelada que não conseguia sentir o calor do copo de chá na minha mão. Aos poucos minha respiração foi voltando, eu comecei a suar mais ainda (porque tinha esquecido que ainda estava com casaco em uma sala com uma temperatura normal) e o sangue foi voltando pra minha mão, dando uma sensação de que meus dedos iam explodir, de tanta dor.
Quando eu falei que a estrutura era quase impecável é porque não tinha nenhum médico por perto e mesmo os seguranças que tavam do lado de vira e viram eu sair passando mal, não fizeram nada.

Passado o susto e recuperando a consciência, eu lembrei que o Thales não tinha nem parado direito no bar por minha causa e era a parte que ele mais queria ver. Ele conseguiu entrar de novo e tirou algumas fotos pra mostrar pra vocês. Ele só não sabia que o copo era de gelo, e agora tá querendo voltar lá só por causa disso.





Agora falando sério, todo o mal que eu passei valeu a pena. A exposição é linda, as obras são muito bem trabalhadas e é um passeio super divertido (se não for comigo, claro). Pelo menos agora eu sei que o máximo de frio que eu aguento é o de Curitiba.

Um comentário:

  1. uhuahuahuhuahuahua sempre rola uma zica!

    amei o lugar! Lindoo lindo, nat!
    =**

    p.s: seu cabelo tá enormeee

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